quarta-feira, 23 de março de 2011

Primavera e amor!!!

Willkommen, schöner Jüngling!
Du Wonne der Natur!
Mit deinem Blumenkörbchen
Willkommen auf der Flur!

Ei! ei! da bist ja wieder!
Und bist so lieb und schön!
Und freun wir uns so herzlich,
Entgegen dir zu gehn.

Denkst auch noch an mein Mädchen?
Ei, Lieber, denke doch!
Dort liebte mich das Mädchen,
Und 's Mädchen liebt mich noch!

Fürs Mädchen manches Blümchen
Erbat ich mir von dir -
Ich komm' und bitte wieder,
Und du? - du gibst es mir?

Willkommen, schöner Jüngling!
Du Wonne der Natur!
Mit deinem Blumenkörbchen
Willkommen auf der Flur!

Friedrich Schiller

quarta-feira, 9 de março de 2011

"e Março ainda não é maio"

Frühling

Nun ist er endlich kommen doch
In grünem Knospenschuh;

Im Garten der alte Apfelbaum,
Er sträubt sich, aber er muss.

Wohl zögert auch das alte Herz
Und atmet noch nicht frei,
Es bangt und sorgt: »Es ist erst März,
Und März ist noch nicht Mai.«

O schüttle ab den schweren Traum
Und die lange Winterruh':
Es wagt es der alte Apfelbaum,
Herze, wag's auch du.

Theodor Fontane

quarta-feira, 2 de março de 2011

Carta de amor

O feiticismo dos nomes

"Tenho o feiticismo dos nomes; e o teu enleva-me e enlouquece-me. "Eduardo"! É viril, é elegante, é italiano. Quando o pronuncio, em voz baixa, core-me uma cobrazinha pelas costas e gelam-se-me os calcanhares rosados que Deus (ou, se preferes, a Natureza, descrente) me deu. "Eduardo"! Ridente cascata de águas transparentes. "Eduardo"! Amarela alegria de pintassilgo a celebrar o sol. Onde estiveres, estou eu. Quietinha e apaixonada, eu aí. Assinas uma letra de câmbio, uma livrança, com o teu nome quadrissílabo? Eu sou o pontinho sobre o i, o rabinho do g e o tracinho do t. A nodoazinha de tinta que fica no teu polegar. desalteras-te do calor com um copinho de água mineral? Eu, a bolhinha que te refresca o palato e o cubinho de gelo que arrepia a tua língua-viborazinha. Eu, "Eduardo", sou o cordão dos teus sapatos e a obreira do extracto de ameixas que tomas todas as noites contra a obstipação. Como sei este pormenor da tua vida gastroenterológica? Quem ama, sabe, e tem por sabedoria tudoo que concerne ao seu amor, sacralizando o mais trivial da sua pessoa. Diante do teu retrato, persigno-me e rezo. Para conhecer a tua vida tenho o teu nome, a numerologia dos cabalistas e as artes divinatórias de Nostradamo. Quem sou? Alguém que te quer como a espuma à onda e a nuvem ao rosicler. Procura, procura e encontra-me, amado.

Tua, tua, tua
A feiticista dos nomes"

"Os cadernos de Dom Rigoberto"
Mario Vargas Llosa